No mundo dos investimentos, existe um comportamento silencioso, mas muito poderoso: a tendência de seguir o grupo. Quando uma ação vira moda, parece que ela ganha vida própria — e o investidor entra no movimento não pelos fundamentos, mas pelo conforto psicológico de caminhar com a multidão. É o chamado efeito cardume, um clássico da finanças comportamentais.
Um exemplo recente ilustra bem como isso funciona: as ações mais procuradas pelos investidores da Robinhood UK em novembro. Mesmo com volatilidade em criptomoedas e questionamentos sobre a real dimensão da onda da inteligência artificial, nomes ligados a esses setores lideraram o ranking de popularidade.
Marathon Digital, Nvidia, Nebius, Iren e a própria Robinhood ficaram no topo da lista, mostrando que, na prática, o apetite dos investidores nem sempre acompanha o humor do mercado — muitas vezes, ele acompanha o barulho.
Por que essas ações continuam tão procuradas?
Mesmo enfrentando desafios no mês, mineradoras de Bitcoin — como Marathon, IREN e Cipher Mining — continuaram atraindo atenção. Uma das explicações está na mudança estratégica delas: todas avançam para infraestrutura de IA, um segmento visto como inevitável para os próximos anos. A Marathon, por exemplo, reduziu sua dependência em cripto ao expandir centros de dados na Europa. A IREN apostou em instalações refrigeradas a líquido voltadas para IA, enquanto a Cipher fechou um acordo de quase US$ 1 bilhão com uma empresa de nuvem apoiada pelo Google.
As queridinhas dos mercados
No universo da inteligência artificial, a Nvidia segue reinando como queridinha do mercado: entregou mais um trimestre forte, levantou suas projeções e manteve a base de investidores empolgada, mesmo com discussões sobre uma possível “bolha da IA”.
Já a holandesa Nebius, apesar de enfrentar questionamentos sobre valuation, ganhou holofotes graças à parceria com a Microsoft e a um contrato robusto com a Meta. A AMD também apareceu na lista, impulsionada pelo anúncio de que fará parte do primeiro supercomputador exascale da França e por acordos importantes envolvendo a OpenAI.
Até empresas que viveram um mês turbulento — como Meta e Tesla — permaneceram entre as preferidas, mostrando que a cultura do “nome forte” ainda fala muito alto. E, como sempre acontece quando investidores tentam antecipar “a próxima estrela”, uma novata chamou atenção: Ondas Holdings, com foco em comunicação remota e drones, entrou no top 10 após um salto de receita e novos investimentos estratégicos.
O conceito na prática — como o investidor cai no Efeito Cardume
Imagine abrir o aplicativo e ver uma ação entre as “mais compradas da semana”. Você não estudou o setor, não viu o balanço, não analisou projeções, mas pensa: “Se tanta gente está comprando, deve ser bom”.
Esse impulso é o cardume te puxando.
O investidor troca análise por pertencimento. Ele sente mais conforto em errar com muitos do que acertar sozinho.
Vantagens de entender esse viés comportamental
– Você passa a identificar quando está seguindo o grupo — e não a lógica.
– Reduz o risco de entrar no topo de movimentos hype.
– Aprende a separar popularidade de qualidade.
– Desenvolve uma análise mais madura e independente.
Desvantagens de ignorar esse viés
– Entrar em ações por moda, não por fundamento.
– Carregá-las sem compreender riscos reais.
– Cair em bolhas evitáveis.
– Perder boas oportunidades por estar olhando apenas para o que brilha no momento.
Popularidade não paga dividendos
Se existe uma lição clara aqui, é esta: popularidade não garante retorno. O mercado está cheio de ações queridinhas que despencaram — e de ativos ignorados que se tornaram gigantes.
Ser investidor é saber olhar além do que aparece na vitrine. E isso exige comparação, contexto, número, projeção e análise profissional.
Para transformar decisões impulsivas em decisões inteligentes
Ações populares são sedutoras, mas muitas vezes escondem riscos que só aparecem quando já é tarde demais. Saber como analistas enxergam essas empresas — e onde eles realmente estão apostando — pode te colocar passos à frente do cardume.
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